sábado, 12 de abril de 2014

Curió # 12 – Jogadores Anônimos

Amigos Biscoiteiros, olá! Aqui é seu amigo Rodrigo Joker e vamos para mais um Curió, hoje com um assunto sério, mas importante e interessante ao mesmo tempo, porque no Curió é assim, a gente não sorteia “Playstation, Playstation, Playstation...”, mas procura divertir e informar! Motivado pelo ótimo artigo do nosso amigo Fernando Farnochi publicado no Press B # 10 decidi buscar informações sobre esse problema tão sério, que é quando a diversão se torna vício e então um problema! Saiba um pouco mais sobre os “Jogadores Anônimos” e descubra se você é um dos que precisam de ajuda!




Há tempos que os games deixaram de ser coisa de criança! A indústria cresceu, evoluiu, mas seus efeitos ainda são muito novos, em todos os aspectos, sejam nos bons ou nos ruins. Videogames, além de entreter e divertir, já auxilia até em cirurgias e treinamentos e merecem todo o nosso respeito, afinal aqui estamos, somos gamers e aqui no Games com Biscoito, somos mais, somos Biscoiteiros! :P Porém, já é clichê afirmar que tudo em exagero faz mal! Soa meio “Matrix” tudo isso, mas não é incomum ver pessoas que não conseguem distinguir mais a realidade do mundo ficcional dos games e isso afeta as relações da pessoa, estudo, trabalho, família! E sim amigos, isso é extremamente sério! 




Acredito que todos nós já exageramos um pouco, afinal cometer erros é uma das coisas que nos torna humanos, mas quando isso é recorrente e começa a atrapalhar as demais esferas da nossa vida, é hora de se ligar e ficar atento! Segundo uma reportagem do site G1, o vício em games e jogos eletrônicos pode ser comparado ao vício em drogas! Síndrome de abstinência, angústia, ansiedade, coisas que são recorrentes em usuários de drogas podem começar a fazer parte da vida de uma pessoa que joga videogame além da conta! Exagero? Você mesmo pode responder essa pergunta! O site lol etc postou alguns “sintomas” do viciado em games! Gastos excessivos que podem gerar endividamento, dores no corpo, baixo rendimento escolar e no trabalho, além de isolamento são alguns deles. 

A gente brinca, mas o assunto é sério!

O psiquiatra Fábio Barbirato, chefe do Setor Infantil da Psiquiatria da Santa Casa de Misericórdia do RJ disse ao G1: “Alguns jovens viciados em videogames chegam a roubar dinheiro dos pais para ir à uma lan house, igual ao que fazem alguns dependentes químicos para comprar drogas. A compulsão dos jovens por jogos eletrônicos é muito parecida com a compulsão por drogas ou álcool, ou com a compulsão dos adultos por pôquer ou apostas no jóquei, ou dos idosos por bingos”. Mas eu tiraria o “jovens” da frase dele porque acho que não tem mais idade para ser um gamer, nem um gamer viciado! E também "lan house", o vício não se limita apenas a elas.

Pesquisando pela internet, conheci um grupo chamado Jogadores Anônimos. O foco do grupo é ajudar pessoas viciadas em jogos, no caso jogos de aposta, um problema que afeta muitas pessoas! Em contato com o grupo para saber se ofereciam algum tipo de suporte para viciados em jogos eletrônicos, fui informado que sim, apesar de ser algo novo e de nem sempre envolver apostas, o grupo pode sim ajudar.




O primeiro passo para saber se você é um jogador compulsivo é responder uma lista disponibilizada por eles com 20 questões de “sim” ou “não”, caso você tenha no mínimo 7 respostas “sim”, você pode ser um viciado e o grupo pode te acolher e ajudar. Eles salientam que o grupo não existe para fazer julgamentos e o anonimato é fundamental. O único requisito para fazer parte da irmandade é o desejo de parar de jogar. Não há mensalidades ou taxas para tornar-se membro.


Momento “Drops”: O conceito de “jogo” na literatura dos Jogadores Anônimos diz que qualquer aposta ou lance, para si mesmo ou outros, seja por dinheiro ou não, por mais ínfima ou insignificante que seja, onde o resultado é incerto ou depende de sorte ou "habilidade" constitui-se em jogo, portanto, é possível enquadrar a compulsão por videogame nesse conceito. Eles destacam outro problema que pode afetar gamers, é o vício naqueles jogos do tipo "free to play" em que você adquire ou baixa o jogo gratuitamente, mas tem a opção de comprar fases, armas, facilidades (#UmBeijoCandyCrush), etc e acaba gastando sem limites dinheiro real com esse tipo de compra!



Confira a lista de perguntas:

1. Você já perdeu horas de trabalho ou da escola devido ao jogo?
2. Alguma vez o jogo já causou infelicidade na  sua vida familiar?
3. O jogo afetou a sua reputação?
4. Você já sentiu remorso após jogar?
5. Alguma vez você já jogou para obter dinheiro para pagar dívidas ou então resolver dificuldades financeiras?
6. O jogo causou uma diminuição na sua ambição ou eficiência?
7. Após ter perdido você se sentiu como se necessitasse voltar o mais cedo possível e recuperar as suas perdas?
8. Após um ganho você sentiu uma forte vontade de voltar e ganhar mais?
9. Você geralmente jogava até que seu último centavo acabasse?
10. Você já pediu dinheiro emprestado para financiar seu jogo?
11. Alguma vez você já vendeu alguma coisa para financiar o jogo?
12. Você relutava em usar o “dinheiro de jogo” para as despesas normais?
13. O jogo o tornou descuidado com o seu bem estar e o de sua família?
14. Alguma vez você já jogou por mais tempo do que planejava?
15. Alguma vez você já jogou para fugir das preocupações ou problemas?
16. Alguma vez você já cometeu, ou pensou em cometer um ato ilegal para financiar o jogo?
17. O jogo fez com que você tivesse dificuldades para dormir?
18. As discussões, desapontamentos ou frustrações fizeram com que você tivesse vontade de jogar?
19. Alguma vez você já teve vontade de celebrar alguma boa sorte com algumas horas de jogo?
20. Alguma vez você já pensou em se auto-destruir como resultado de seu jogo?

Caso sinta que precisa de ajuda, ou conheça alguém que você possa ajudar, inclusive, como já dito, em todo tipo de jogo de aposta e azar, o contato deles é o seguinte:

Jogadores Anônimos
(11) 3229-1023




O ótimo artigo de Arthur Thiago Scarpato aponta para um detalhe interessante, ele diz que os jogos são exercícios de libertação, pois nos permitem “experiências virtuais" cheias de possibilidades, onde é possível ser um outro além de si mesmo, dar vazão a fantasias que não se tornarão realidade e arriscar comportamentos novos, portanto, o ciberespaço permite experimentações com garantias. Afinal, em última instância, se a coisa ficar muito preta, se eu for morto, se minha cidade falir, se meu império for destruído, posso sair do jogo e tudo voltará ao "normal". Há uma certa promessa de "superação" das limitações reais da vida, uma negação da morte, permitindo uma experimentação radical e sem efeitos reais. Mas são também estas garantias que podem levar uma pessoa a querer ir sempre um pouco mais e um pouco mais, capturada pelo jogo da simulação. Em alguns casos, a aventura "segura" pode acabar aprisionando por não impor limites. 



Outra coisa interessante que ele diz é que a dependência pode ser avaliada também pela frequência com que a pessoa joga, ou seja, um viciado não necessariamente precisa jogar compulsivamente sem parar, mas jogar com uma frequência fora do normal, deixando de lado sua vida e suas obrigações.
  
Os especialistas recomendam que o tempo ideal de exposição a qualquer tipo de mídia (TV, internet e vídeogame) para uma criança seja de no máximo 2 horas por dia. Para adultos não encontrei dados precisos, inclusive, por mais que a gente diga que vídeogame não é mais “coisa de criança”, as pesquisas continuam focando apenas nelas, deixando na maioria das vezes, os adultos sem informações ou amparo. 


Mas também não podemos ver os games apenas como possíveis vilões. Aqueles que jogam moderadamente podem ter vários benefícios, além do divertimento em si, como aumento da criatividade, raciocínio lógico e melhor coordenação motora. Segundo um vídeo do Canal do Youtube All Time 10s e traduzido pelo site Pode Educação Criativa, um gamer tem um tempo maior de reação comparado ao de pilotos de caça! Uau! É ou não é impressionante, amigos biscoiteiros? Além de aumento de QI e da capacidade visual, diminuição do stress, aumento da destreza, entre outros, e tem mais, lá diz que casais que jogam juntos tem um impacto positivo no relacionamento! 

Eu vou ganhar!

E é isso aí, galera! É só saber dosar, sem exageros, e sua vida gamer pode ser muito benéfica! Mas, não hesite em pedir ajuda caso perceba que as coisas não estão bem com você e sua jogatina! Tudo tem solução se você se permitir e quiser ser ajudado! Ah, um dos benefícios também é a melhora no relacionamento com seus familiares e amigos, tá vendo como é bom “jogar de dois”? Ou mais...?



O Curió é um canal aberto, portanto envie sugestões, críticas, idéias de temas e comentários! Valeu e até a próxima!

*Por Rodrigo Joker


Nenhum comentário:

Postar um comentário